Jogar no futebol internacional é o sonho de muitos jovens, mas nem sempre eles são realizados facilmente.
Em Suzano, três sonhos, porém, se tornaram realidade. Léo Vieira, Mike dos Santos e Kennedy são jogadores profissionais de futebol e contaram ao HojeDiario.com como foi a trajetória deles para alcançarem o objetivo de jogar fora do país.
A paixão pelo futebol começou desde pequeno para cada um deles. Para Léo, por exemplo, o amor pelo futebol preteria qualquer outro tipo de brincadeira. “Desde criança a paixão pela bola, nunca gostei muito de carrinhos, mas a bola sempre foi minha principal paixão”, conta. A posição escolhida para a vida foi ser goleiro, que nem sempre é a primeira opção para as crianças, e com ele não foi diferente.
“Iniciei jogando na linha, mas sempre fui muito hiperativo e nunca tive medo de me machucar, e foi daí que veio minha paixão e vontade de ser goleiro”, disse.
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Para Mike, a paixão veio de sempre jogar futebol na rua e na escola, com os amigos, na cidade de Suzano.
“Desde pequeno eu sempre joguei futebol, no SESI 081, no Jardim Monte Cristo, nas ruas do meu bairro, nas escolinhas. Quando eu tinha 14 anos, eu saí de Suzano porque fui jogar no Paulista de Jundiaí, e tive que mudar de cidade”, afirma.
Assim como os outros jogadores, o amor de Kennedy pelo futebol começou ao jogar nas ruas, mas sua relação com Suzano foi mais intensa. Ele chegou a atuar pelo USAC, clube do município, logo no início de sua carreira. Jogando de meia-atacante, sua principal inspiração foi aquele que ficou conhecido como “O Bruxo”. “Quando eu era criança jogando bola na rua fui me apaixonando pelo esporte, e foi aí que percebi que gostaria de levar o futebol mais a sério. Escolhi ser meia-atacante por conta do Ronaldinho Gaúcho, meu ídolo no futebol”, contou.
O início de cada um deles logo foi recompensado com testes em peneiras e convocações para categorias de base. Kennedy foi para a Juventus da Mooca, enquanto Mike foi para o Paulista de Jundiaí. Mas Léo começou a carreira nada mais nada menos do que no São Paulo.
“Meu início foi em Suzano, nas escolinhas de cidadania, programa da Prefeitura. Em 2001, com 10 anos, participei de um peneirão na Associação Portuguesa de Desportos e passei, permanecendo lá até 2004 quando recebi o convite de ir para as categorias de base do São Paulo Futebol Clube. Em 2007 fui promovido à equipe principal, onde fiquei até 2016”, detalhou Léo.
Em seus anos como jogador de base, ele foi convocado para a Seleção Brasileira desde o sub 15 até o sub 20. Já em seus anos como profissional, ele teve dificuldades para galgar um lugarzinho como titular no gol, já que a posição era ocupada pelo ídolo tricolor, Rogério Ceni.
“Sendo também um dos reservas de Rogério Ceni durante 9 anos, colecionei títulos como os Campeonatos Brasileiros de 2007 e 2008 e também a Copa Sul-Americana de 2012”, continuou.
Durante sua permanência no time paulista, Léo teve a oportunidade de conhecer diversos astros e ídolos do futebol mundial, além de atletas que hoje fazem sucesso.
“Joguei com o Kaká, o próprio Rogério Ceni, Rivaldo, Adriano Imperador, Alexandre Pato, Lúcio, Júnior, Miranda, Lucas Moura e Casemiro”, contou.
Em 2017, o São Paulo decidiu emprestá-lo para o Paraná Clube. Léo conta que esse foi um dos melhores momentos da sua carreira, mas que logo em seguida se tornou um grande desafio.
“Durante um jogo válido pela Copa do Brasil contra o Atlético Mineiro, sofri uma grave lesão na face, tendo seis fraturas, depois de um lance com o atacante Fred. Foram 4 meses depois da cirurgia até a volta aos gramados”.
O lance foi no segundo jogo das oitavas de final da Copa do Brasil de 2017. Na jogada que resultou no gol de Fred pelo Galo, o atacante acertou o joelho no rosto do goleiro. Rapidamente, o olho inchou e também um corte no supercílio começou a sangrar bastante. O goleiro teve de ser substituído e o Paraná, que havia vencido o primeiro jogo por 3 a 2, com grande atuação de Léo, perdeu por 2 a 0 e foi eliminado da competição.
No ano seguinte, o jogador voltou ao São Paulo e novamente foi emprestado, desta vez para o Athlético Paranaense, onde permaneceu três anos e fez parte dos elencos que conquistaram três campeonatos paranaenses, a Copa do Brasil de 2019, o vice-campeonato da Recopa Sul-Americana e da Supercopa do Brasil. Lá também teve a oportunidade de jogar com Bruno Guimarães, meio-campista que está com a seleção jogando a Copa do Mundo de 2022, no Catar.
Mike também ingressou em um grande time brasileiro logo no início da carreira. Após passar pelo Paulista, o Internacional (RS) o adquiriu. Para ele, esses foram alguns dos momentos mais difíceis da sua vida, porque envolveram a necessidade urgente de amadurecimento por parte dele como atleta.
“Acho que o maior desafio da carreira do jogador é a transição da base para o profissional. É o momento mais difícil. Você sai do júnior e vai para o profissional. No começo da minha carreira eu já fiquei distante da minha família e foi muito difícil, mas a gente também aprende muito com a vida. Para seguir a vida como jogador de futebol você precisa pagar alguns preços e esse é um deles, mas com certeza valeu muito a pena”, contou.
Após ser comprado pelo time gaúcho, Mike foi emprestado para vários clubes, passando pelo Sport Recife, América Mineiro e Chapecoense. Ele também fez parte do histórico time do Audax, de Osasco, que foi à final do Campeonato Paulista de 2016 contra o Santos. O time, na época treinado por Fernando Diniz, venceu o Palmeiras na primeira fase e ainda eliminou São Paulo e Corinthians no mata-mata.
Em suas passagens, ele pôde jogar ao lado de vários craques do futebol brasileiro e internacional também. “Em 2012, eu cheguei a jogar com o Oscar, que foi meia do Inter. Joguei com o D’Alessandro também e com o Diego Souza, quando estive no Sport. Mas acho que o melhor com quem joguei foi o Oscar mesmo”, disse.
O jogador que teve a passagem mais curta pelo Brasil foi Kennedy. Depois de se transferir para a Juventus da Mooca, ele foi direto para o futebol alemão, realizando o sonho de jogar internacionalmente. Sua estreia fora foi no TSV Grunbach, time da quinta divisão da Alemanha, quando ele tinha apenas 19 anos.
Depois ele passou por FC Nöttingen e SV Unterweissach até chegar hoje ao SV Kaisersbach, time que disputa campeonato regionais da Alemanha em busca de vagas na Copa da Alemanha. Mesmo não estando ainda no mais alto escalão do futebol alemão, Kennedy disse que a sua primeira vez jogando em solo estrangeiro foi uma das maiores experiências da sua vida.
“Foi inexplicável, foi algo que eu não sabia o que pensar. Até hoje eu me pego lembrando da trajetória que fiz até aqui. Foi e está sendo uma grande jornada, e espero que eu consiga alcançar mais e mais meus objetivos”, disse Kennedy.
Mas nem tudo são flores. O susanense contou que se adaptar à cultura e à distância da família foram alguns dos maiores desafios durante a nova fase da carreira.
“A maior desafio é ficar longe da família, e desde que cheguei na Alemanha isso ficou ainda mais difícil, porque ainda mais longe do que eu estava acostumado. A cultura também é um desafio, estilo de jogo alemão, isso foi um pouco difícil no começo. Lembro que as primeiras partidas do primeiro campeonato que joguei aqui foram muito difíceis, não pelo nível, mas sim pela metodologia de jogo deles”, detalhou.
Mas como disse Mike, esse é um dos preços a se pagar para conquistar o sonho; e Kennedy concorda.
“Você se afastar de todos que ama pra viver um sonho, é realmente difícil, e continua sendo a parte mais difícil, até hoje. Mas eu também tiro forças pensando neles”, disse.
Depois de uma longa caminhada no futebol brasileiro, Mike também iniciou o sonho da carreira internacional. No início deste ano, ele saiu da Chapecoense onde estava desde 2020 e se transferiu para o Gwangju FC, da Coreia do Sul.
Em 2022, eles foram campeões da KLeague 2, segunda divisão do futebol sul-coreano, e subiram para a KLeague 1.
“Jogar fora do Brasil sempre foi meu objetivo na minha carreira. É totalmente diferente, a cultura é totalmente diferente. É tudo muito legal. Eu espero continuar jogando fora do país até o fim da minha carreira”, disse Mike.
Léo Vieira também passou pela experiência internacional. Em 2020, ele foi transferido para o Rio Ave, em Portugal. Por mais que tenha jogado apenas oito jogos com a camisa do time luso, a experiência valeu a pena pelos grandes craques que ele pode conhecer ao longo dos jogos.
“Eu fui disputar a Liga Europa. Jogamos contra Besikitas, Milan e outras grandes equipes da Europa”, disse Léo.
Agora, depois de dois anos lá fora, o goleiro retorna ao Brasil para jogar o Campeonato Paulista de 2023 pelo o Internacional de Limeira. Mesmo voltando para o Brasil, aos 32 anos, ele continua com a mesma vontade de ganhar e se dedicar ao seu time.
Aos jovens que desejam seguir a carreira de futebolista, Léo diz que é necessária uma dedicação intensa e fugir de tudo o que pode lhe atrapalhar de seguir esse caminho.
“Se quer realmente seguir a carreira, você tem que se dedicar apenas no futebol e no estudo. Tem que se afastar das ofertas que a rua proporciona e seguir. Agir corretamente e com humildade, além de ter muita vontade de vencer, tendo a família e verdadeiros amigos em apoio”, completou.
Kennedy disse que é necessário continuar jogando, continuar se dedicando, independente do que os outros falem.
“É necessário nunca desistir e sempre estar jogando. Lembro que quando entrei no Usac, muitos ‘amigos’ disseram que minha carreira já tinha acabado, que ali seria o fim, que seria impossível eu sair do Usac, que eu deveria procurar um outro trabalho já, muitas coisas mesmo. Mas graças a Deus, e ao Jorge [Firmo] também, ex-presidente do Usac, tudo pôde se concretizar. Meu conselho é sempre colocar Deus na frente e dar sempre o seu melhor, não importa onde esteja jogando, alguém sempre poderá te ver. Isso foi o que sempre pensei”, terminou.
Mike finalizou dizendo que é preciso estar preparado para quando a oportunidade vier.
“O conselho que eu dou é se doar bastante, treinar bastante, melhorar aquilo que precisa melhorar para quando chegar a oportunidade no profissional você possa estar pronto e agarrá-la. Sonhe tenha muita fé porque é possível realizar esse sonho”.
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