PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

“Bruno Covas Lopes”, por Marcelo Candido

Tive a oportunidade de conhecê-lo quando eu era prefeito de Suzano e presidente do Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê Cabeceiras. Ele era deputado estadual e Secretário do Meio Ambiente do Governador Geraldo Alckmin, ocasião em que meu pai também era deputado estadual. Após alguns anos, ele foi um dos deputados federais que votaram a favor do impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. Quando ele era o vice-prefeito de São Paulo, às vezes o encontrava nos bastidores dos debates entre a candidata e os candidatos a Governador de SP, quando então eu concorria a este cargo pelo PDT.

Ele e eu não tínhamos muita convergência política, porém, o respeito recíproco sempre marcou nossos raros e breves encontros. Em meados do ano passado, por intermédio de um interlocutor, fui procurado para articular uma tentativa de aproximação com o PDT pois ele gostaria de contar com a deputada Tábata Amaral como vice em sua tentativa de disputar a reeleição. As vicissitudes da política, porém, não permitiram que tal possibilidade se concretizasse, pois havia vários obstáculos, além de um adiantado processo de negociação que já deixara consolidada a união do PDT com o PSB naquela eleição. Frustrada a tentativa de formar a chapa Bruno/Tábata, o PSDB compôs com o MDB e o vereador Ricardo Nunes foi escolhido candidato a vice-prefeito. No segundo turno, torci pela vitória de Guilherme Boulos, do PSOL, mas após a reeleição do prefeito, o cumprimentei por intermédio daquele mesmo interlocutor.

Infelizmente a doença tirou dele a vida numa manhã fria de um domingo ensolarado, interrompendo assim seu segundo mandato. Mesmo quando muitas são as divergências políticas, sempre procuro não as deixar acima do respeito e da boa convivência democrática, exceto quando é preciso enfrentar o tipo de fascismo instalado em Brasília, o que exige outras estratégias.

A sua trajetória, assim como seu estilo, poderão agora servir como referência para as pessoas que entendem a política como uma arte de construir consensos. Seu legado poderá inspirar muita gente, pois ele deixou um forte testemunho de força, foco e fé. Aliás, estas últimas palavras foram muito bem empregadas em sua campanha para descrever sua personalidade e potência. Bruno Covas passa agora a fazer parte do luminoso panteão das grandes figuras que ajudaram a construir a história da cidade de São Paulo.

(Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiário.com)