O caso do motoboy de Mogi das Cruzes, Matheus Reno de Mattos, desaparecido há mais de três anos, ainda é alvo de grandes mistérios. O jovem, de 25 anos, foi visto pela última vez em agosto de 2019, acompanhado do colega, Bruno Nunes de Souza, de 30 anos. Ainda sem solução, o misterioso caso segue sendo investigado pela Justiça.
Era noite de quarta-feira quando os jovens foram vistos pela última vez na área central da cidade, enquanto aguardavam chamados de entrega pelo aplicativo de comida. Testemunhas alegam que Matheus recebeu uma ligação e, em seguida, saiu do local acompanhado de Bruno.
Sete dias após o ocorrido, o corpo de Bruno foi encontrado enterrado em um terreno na Estrada das Varinhas, no Distrito de Jundiapeba. No entanto, o corpo estava com as roupas e documentos de Matheus. Na época, o Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), requisitou um exame de DNA para identificação do corpo de Bruno, que foi confirmada. Em contrapartida, a polícia realizou diversas buscas por Matheus, incluindo também cães farejadores, mas não encontrou.
Prisão dos suspeitos
A motocicleta utilizada por Matheus nas entregas foi localizada com um homem, que dizia estar responsável pelo veículo. Ele foi interrogado, preso e indiciado pelos crimes de homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver de Bruno, e pelo sequestro qualificado de Matheus, após a polícia desconstruir os álibis dados no primeiro depoimento dele, na época da apreensão da moto.
“Ele tinha falado que o Matheus teria deixado a moto lá e retornaria para pegar e que uma suposta mulher teria efetuado uma ligação para o Matheus. Mas a gente descobriu que não era a mulher que ele alegava. Ele disse ser uma pessoa X e, na verdade, era Y“, detalhou o delegado Rubens José Ângelo, em entrevista ao portal g1. Na ocasião, ele negou participação no crime de sequestro e morte.
Em novembro de 2021, um segundo suspeito de participar dos crimes foi identificado, após ter marcado encontro com os motoboys no dia em que desapareceram. O homem também foi preso e indiciado pelos mesmos crimes do primeiro suspeito. Desde então, o processo segue na Justiça e os presos aguardam julgamento.
Buscas por Matheus
Com ajuda de amigos, familiares e internautas, a mãe de Matheus, Selma Reno, faz buscas ininterruptas pelo filho. “Eu continuo divulgando o desaparecimento nas minhas redes sociais e nos grupos que me apoiam. A última manifestação foi feita pelo Grupo NAVV, no dia 16 de dezembro, na Avenida Paulista, em São Paulo. A manifestação foi pacífica pedindo justiça para as vítimas de desaparecimento”, diz Selma.
Segundo ela, o filho era caseiro, estava sempre com a família nos fins de semana, e antes do desaparecimento, estava iniciando no trabalho de motoboy via aplicativo de entrega de comida somente há 15 dias. “Eu soube do desaparecimento do meu filho no dia 22, quando recebi uma mensagem da esposa dele relatando que ele não tinha voltado para casa, não atendia chamadas e nem respondia às mensagens. Eu sai pelas ruas de Mogi das Cruzes tentando saber o que houve, fui a hospitais e busquei por informações com os motoboys, colegas de trabalho”, conta.
Com a angústia de não saber o paradeiro do filho e com um segundo suspeito solto pelas ruas, a mãe da vítima relata que também contribuiu para a captura do suposto criminoso. “Eu contratei um investigador particular para me ajudar na busca, já que o suspeito estava com prisão preventiva decretada desde maio de 2020 e estava foragido. Mas mesmo com a prisão, ambos disseram não saber sobre onde está meu filho”, afirma.
A aposentada explica que desde que o inquérito foi encerrado e enviado ao Ministério Público, não tem mais informações sobre o andamento do caso, mas afirma que ainda tem esperanças e faz um agradecimento especial a todos que ajudaram nas buscas pelo filho. “Agradeço a todos que me ajudam nessa busca tão dolorosa por respostas e justiça. Nesta caminhada recebi apoio de muitos “anjos” e me refiro a todos assim, a eles minha gratidão, pois sem esses anjos eu não teria avançado e colocando os envolvidos nos crimes de sequestro e morte na prisão”, finaliza.
Se você leitor (a) do portal HojeDiário.com tiver alguma informação sobre o caso, entre em contato com a Polícia Militar pelo telefone 190 ou entre em contato com a família de Matheus pelo número (11) 96486-4674.
(por Estella Abreu, Estagiária em Jornalismo, sob supervisão do editor)
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