Dados revelam que desenvolvimento de alunos nas escolas municipais de Mogi das Cruzes caiu nos últimos anos; ensino básico é o mais prejudicado

Dados obtidos por meio do pela plataforma educacional QEdu apontam que o desenvolvimento de alunos da rede municipal de Mogi das Cruzes caiu. Atualmente, 47.573 alunos são atendidos na cidade.
Os dados indicam que a maior parte dos alunos nos anos iniciais da escola apresentaram dificuldades, totalizando uma piora de seis décimos na taxa de aprendizagem, que caiu de 6,9 para 6,3, com base em dados dos anos de 2019 e 2021.

Um novo levantamento deve ser divulgado em setembro deste ano, pois a pesquisa é feita a cada dois anos.

Além disso, os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) levam em conta o aprendizado dos estudantes em português e matemática, além da taxa de aprovação escolar, e um novo levantamento sobre o aprendizado mogiano deverá ser divulgado também em setembro deste ano.

Um levantamento feito pelo portal HojeDiario.com, com base em dados divulgados pela plataforma educacional, mostrou que a maior queda veio nos alunos matriculados do 1º ao 5º ano, com idade média de 6 a 10 anos.

Histórico

Em 2019, Mogi das Cruzes registrou uma taxa de aprendizagem de 6,9. Já no levantamento seguinte, em 2021, foi apresentado um decréscimo para 6,3.
O cenário negativo também é visto nos anos finais de aprendizagem, que correspondem ao 6º ao 9º ano, esperados para alunos de 11 a 14 anos e obrigatórios para todos. A queda foi de 6 para 5,8, declinando 2 décimos.

Para se ter uma ideia, a queda no aprendizado da rede municipal mogiana atingiu até uma unidade de ensino reconhecida pela maior nota. Em 2019, a Escola Municipal Professora Emilie Nehme Affonso, localizada no bairro Vila Horizonte, teve uma média de 8,2 no IDEB, que caiu, em 2021, para 7,5.

Se compararmos as escolas com o menor índice de aprendizado de ambos os anos da pesquisa, é possível observar que houve um grande declínio. Dados de 2019 mostram que a Escola Municipal Rural Professor Cid Torquato, na região das Varinhas, atingiu a média de 5,93.
Já em 2021, a pior taxa de aprendizado foi registrada na Escola Municipal Rural Geralda Ferraz de Campos, em Jundiapeba, com uma média de 4,52, bem abaixo da média do país.

Outro lado

A pandemia do coronavírus (Covid-19) foi um dos principais fatores para a queda neste desenvolvimento, segundo a Prefeitura de Mogi das Cruzes. A administração municipal pontuou que outros municípios também foram afetados pelo período, um dos piores do país, que fez com que alunos ficassem aproximadamente 20 meses em casa assistindo a aulas remotas.
A Secretaria Municipal de Educação destacou que, até 2019, a pasta trabalhava para que os índices se mantivessem ou crescessem dentro dos parâmetros esperados para o final dos ciclos. E que em 2021, o trabalho executado surtiu efeito positivo, mas não impediu a queda. “Apesar disso, vemos que, frente aos municípios da região, Mogi das Cruzes obteve o 2º melhor aproveitamento em Matemática e em Língua Portuguesa, o que demonstra a efetividade dos esforços quanto ao acesso às habilidades essenciais previstas na priorização curricular”, disse.

A prefeitura também destacou que a nota IDEB é alcançada pela combinação de dois importantes indicadores: o desempenho nos exames padronizados, ou seja, a média obtida pelos alunos com a aplicação das provas e as informações acerca do rendimento escolar, fator que envolve as taxas de aprovação, reprovação e evasão conseguidas por meio do Censo da Educação Básica.
“Mogi das Cruzes teve 100% de aprovação nos dois segmentos, sendo este um dos pontos que nos permite evidenciar o sucesso das ações no período de pandemia com relação à busca ativa dos estudantes”, destacou o município em nota enviada ao portal HojeDiario.com.

A administração municipal afirma que vem monitorando os resultados de aprendizagem nos anos seguintes à divulgação do resultado por meio das avaliações realizadas em todas as unidades escolares da cidade, que atendem ao Ensino Fundamental.

Ainda em nota, a gestão do prefeito Caio Cunha confirmou que possui uma equipe técnica que trabalha com a análise dos dados preliminares de aprendizagem, observando o crescimento de cada unidade escolar que teve seus resultados divulgados pelo INEP, correlacionando com dados de fluxo escolar e demais informações que possam contribuir para esse estudo prévio, além de ter criado o programa “Aprender Mais e Ninguém Pra Trás”, que foi criado durante a pandemia.
O governo municipal ainda afirmou que tem empenhado investimentos na educação, com a renovação do acervo de livros, compra de chromebooks e instalação de internet de qualidade e na aquisição de novos mobiliários para as unidades escolares.