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Saúde feminina no Hoje Diário: menopausa e higiene íntima ainda geram dúvidas entre as mulheres; médica fala sobre temas

Seguindo a série de matérias especiais para o Mês da Mulher, nesta semana o portal Hoje Diário traz a primeira reportagem dedicada à saúde feminina.
Durante muito tempo, a saúde da mulher foi negligenciada, e temas relacionados ao corpo feminino foram considerados tabus na sociedade. Ainda hoje, muitas enfrentam dificuldades para ter acesso a informações de qualidade.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2024, cerca de 30 milhões de mulheres viviam no Brasil na faixa etária do climatério e da menopausa, mas apenas cerca de 238 mil foram diagnosticadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para esclarecer esses assuntos, o Hoje Diário convidou a ginecologista e obstetra Doutora Isabella Lozano, que destacou pontos fundamentais sobre a menopausa e a higiene íntima.

Menopausa

A menopausa marca o fim da fase reprodutiva da mulher e costuma ocorrer entre os 45 e 55 anos, segundo o Ministério da Saúde. Entretanto, a Doutora Isabella chama a atenção para os casos de menopausa precoce — quando ocorre antes dos 40 anos. As causas podem estar ligadas a fatores genéticos, tabagismo, distúrbios hormonais, cirurgias e doenças autoimunes.
Os sintomas mais comuns são: irregularidade menstrual, ondas de calor (fogachos), alterações de humor e sono, além do ressecamento vaginal.

“Dentre as opções de tratamento, temos a terapia de reposição hormonal (TRH), que, quando indicada, pode aliviar os sintomas e prevenir a osteoporose. Também é importante a suplementação de cálcio e vitamina D, além da prática de atividades físicas e alimentação equilibrada”, explica a médica.

Higiene íntima

Apesar de essencial, a higiene íntima ainda é tratada como tabu. A Doutora Isabella reforça que a falta de cuidado e informação pode levar a irritações, corrimentos, mau cheiro e infecções.
“O ideal é lavar a região apenas com água e sabonete neutro ou íntimo, evitar duchas vaginais, usar calcinhas de algodão, evitar roupas apertadas e trocar absorventes com frequência. O sabonete íntimo não é obrigatório, mas, se usado, deve ter pH ácido para não interferir na microbiota vaginal”,
orienta.

A médica também alerta sobre o uso contínuo de absorventes internos, que pode causar infecções e até a Síndrome do Choque Tóxico.
“Eles devem ser trocados a cada 4 a 6 horas, e não se recomenda dormir com eles”, explica.

Ela também reforça o cuidado com a escolha das roupas íntimas e dos métodos de depilação. “Dormir sem calcinha permite a ventilação da região íntima. Caso use, opte por peças de algodão. Já a depilação com lâmina deve ser feita com cuidado e sempre na direção do crescimento dos pelos. A depilação a laser é uma opção mais segura a longo prazo”, conclui.

A Doutora Isabella Lozano é graduada em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com especialização em Ginecologia e Obstetrícia. Atualmente, atua como professora assistente da disciplina de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes e supervisora do Programa de Ginecologia e Obstetrícia da Fundação de Amparo ao Ensino e Pesquisa (FAEP).