A Polícia Civil prendeu em flagrante, na manhã desta quinta-feira (16), um pastor evangélico de 45 anos, acusado de manter uma clínica clandestina que funcionava irregularmente como instituição de longa permanência para idosos e comunidade terapêutica no bairro Chácaras Casemiro, em Suzano. A operação contou com o apoio da Vigilância Sanitária Municipal e da Guarda Civil Municipal (GCM), após uma denúncia sobre o funcionamento irregular do local. No imóvel, os agentes encontraram 16 residentes, sendo cinco idosos, que viviam em condições precárias de cuidado e infraestrutura.
Durante a fiscalização, as autoridades constataram que o estabelecimento não possuía licença sanitária nem autorização de funcionamento. Os fiscais relataram a existência de dormitórios superlotados, com mais de quatro leitos por quarto, sem banheiros internos, ausência de acessibilidade e instalações elétricas inadequadas. Também foram encontrados alimentos vencidos e mal acondicionados, água de poço sem laudo de potabilidade e produtos de limpeza sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Na vistoria, os policiais localizaram uma grande quantidade de medicamentos sem prescrição médica válida ou controle de administração, totalizando mais de 3.700 comprimidos, além de ampolas injetáveis e frascos de uso oral. Um dos pacientes, acamado, foi encontrado com ferimentos tratados de forma irregular e precisou de atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
O responsável pela clínica foi preso em flagrante por manter medicamentos sem procedência e por maus-tratos. O homem foi encaminhado à Cadeia Pública de Mogi das Cruzes, onde aguardará audiência de custódia. A Vigilância Sanitária determinou a interdição total do local e a remoção dos acolhidos, que foram encaminhados a unidades de assistência social e de saúde do município.
Entre os itens apreendidos havia ainda dezenas de cremes dentais e diversos tipos de comprimidos de uso controlado, todos armazenados sem supervisão médica adequada.
O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Suzano, sob a supervisão do delegado Lourival Zacarias Noronha, que determinou a continuidade das investigações.