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9 de julho: Revolução Constitucionalista de 1932; entenda o papel de Mogi das Cruzes no conflito

Getúlio Vargas foi presidente do Brasil na década de 30. Quando chegou ao poder, anulou a constituição de 1891 (normas de leis fundamentais e supremas do Brasil na época), fechou o Congresso Nacional, anulou os partidos políticos e começou um governo ditatorial.
Vargas reuniu tropas de militares para proteger seu governo, iniciando assim uma movimentação contrária, uma oposição.

Com isso, surgiu o movimento armado no estado de São Paulo, em 1932, que defendia uma nova constituição para São Paulo e que era contra o autoritarismo do governo de Getúlio. Voluntários paulistas foram armados para o Vale do Paraíba (rota direta para a antiga capital, Rio de Janeiro) reivindicar seus direitos; muitos desses eram de Mogi das Cruzes.

O confronto entre tropas por objetivo político durou quatro meses e, após mortes geradas pelo conflito, as tropas de Vargas ganharam. Apesar das perdas, a rebelião não foi em vão, pois foi criada a nova Constituição brasileira em 1934.

Foto: Reprodução

Mogi das Cruzes contra a revolução

Após as mortes de quatro estudantes em São Paulo, foi organizada em Mogi das Cruzes, uma lista de voluntários em 1932 liderados pelo Capitão Antenor Bolina, surgindo assim o 1º Batalhão de Caçadores de Mogi das Cruzes. Um dos principais pontos de encontro do grupo é a atual Câmara Municipal da cidade, segundo o historiador Francisco Ornellas.

Um desses voluntários era Fernando Pinheiro Franco, um jovem de 22 anos, que se integrou à 2ª Companhia do Batalhão Piratininga, local este que foi combater no norte do estado.
No dia 5 de agosto, o grupo em que Pinheiro estava sofreu um ataque; ataque este certeiro ao jovem que foi alvejado por uma munição de fuzil.

Foto: Reprodução

Seu corpo foi trazido à cidade de trem no dia 15 de agosto, fazendo com que muitos moradores de Mogi das Cruzes não esquecessem seu ato heroico, nomeando a via principal da área central da cidade com seu nome: avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco, conhecida atualmente como avenida nos bancos.
Além de Fernando, outros três combatentes morreram: Cabo Diogo Oliver, Jair Fontes de Godoy e José Antônio Benedito.

Curiosidades de Mogi das Cruzes sobre a Revolução

Segundo Francisco Ornellas, jornalista e historiador, personalidades da antiga Mogi das Cruzes desempenharam grandes funções, como Dona Francisca de Melo Franco, bisavó do historiador, que era casada com o Coronel Souza Franco e durante o período de luta liderou, com diversas mulheres, a confecção de aventais cirúrgicos, roupas de cama hospitalar, entre outros itens para os feridos do combate.

Chiquinha, como era conhecida, faleceu duas semanas antes da ascensão das tropas de Vargas.

Além dela, Chico Ornellas cita outra personalidade que auxiliou nesta luta.
“O genro de Chiquinha e do Coronel Souza Franco era o Doutor Deodato Wertheimer, ele era médico formado na antiga capital e político mogiano. Ele foi quem criou a primeira maternidade de Mogi das Cruzes, que ficava localizada próxima à igreja matriz, na região central (atualmente o local é um estacionamento) que logo serviria de hospital para auxílio aos combatentes em 1932”, contou.
Vale ressaltar que em 1930, Vargas assumiu o poder de Washington Luís (último presidente da República Velha), com isso alguns getulistas (seguidores de Getúlio) invadiram a casa de Wertheimer e atearam fogo.

Foto: Reprodução

Ornellas também fala sobre um folclore conhecido pelos mogianos há muito tempo.
“Antigamente era muito falado em Mogi que na frente da loja ‘São João’ (localizada na frente do Mercado Municipal), havia uma bala de fuzil alojada em um poste de luz. Claro que é um mito, eu particularmente nunca vi, mas era algo que os antigos diziam”, finalizou.

Rota

O Rio de Janeiro era a capital do Brasil em 1932 e, na época, existiam poucas rotas para que os voluntários fossem até a capital lutar, por isso Mogi das Cruzes se tornou a principal rota para os paulistas que foram ao combate.
“A Estrada de Ferro SP x Rio e a Estrada Rio-São Paulo se tornaram importantes para essas viagens e, automaticamente, Mogi das Cruzes também, pois ficava localizada no meio das duas metrópoles”, relatou o historiador.

Foto: Reprodução