Populares, lideranças comunitárias, partidos de oposição, entidades sociais e sindicatos vão realizar, neste sábado (24) às 10 da manhã, um novo protesto contra o presidente Jair Bolsonaro, em Suzano. Ao contrário do habitual, essa manifestação terá seu ponto de partida na rua Emília Barradas Simões, onde é realizada a tradicional feira do bairro Miguel Badra, área periférica da cidade. O ato faz parte de um movimento nacional, que será realizado em diversas cidades na mesma data, que tem como principal objetivo pedir o impeachment de Bolsonaro.
O presidente do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) em Suzano, Valterson Mergalli, disse que a ideia de manifestar no Miguel Badra, um dos bairros mais populosos de Suzano, é de dialogar com todos os setores da sociedade, além de já ser um lugar conhecido dos partidos, onde diversas ações já foram realizadas. “A Campanha Nacional Fora Bolsonaro foi criada em junho de 2020 e congrega a Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, as Centrais sindicais, partidos políticos de oposição, organizações e articulações da sociedade civil”, disse Mergalli. “Teremos atos em todo Brasil e até em cidade do exterior. Certamente teremos novos atos”, continuou.
Segundo Fábio Torres, presidente do diretório municipal do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em Suzano, a contínua realização de manifestações mostra a insatisfação brasileira com o atual governo. “Há mais de 20 anos não temos tantos atos seguidos e com unidade da esquerda. Já tivemos três grandes atos e dia 24 de julho teremos mais um. Essas manifestações demonstram o poder de mobilização da esquerda e mostra como a classe trabalhadora está insatisfeita com o governo Bolsonaro”, disse ele.
Questionado sobre a segurança de se fazer protestos durante a pandemia, o psolista disse que não se vê ninguém sem máscara em seus protestos e que, para eles, a vida é sempre a prioridade. “Em nossos atos não se vê ninguém sem máscaras. A vida é a prioridade. Não somos negacionistas. Estamos nas ruas porque temos um governo que ao invés de priorizar a vida apostou em remédios sem eficácia alguma”, disse ele. “Para nossos atos orientamos a quem for participar que leve suas máscaras PFF2, álcool em gel. No ato também fornecemos máscaras e álcool a quem precisa para eventuais trocas”, ressaltou Torres.
Fábio foi enfático ao apontar diversas razões pelas quais Bolsonaro deveria ser impedido de governar. Segundo ele, derrubar o presidente seria interromper o genocídio do povo brasileiro, além de evitar o massacre dos povos indígenas e do que ele chama de “ecocídio”, a entrega da biodiversidade para as madeireiras e ao agronegócio. Para Torres, esperar até as eleições por isso seria um “grave erro”.
Ele também destaca as ameaças a democracia feitas por Bolsonaro, dizendo que ele “segue ameaçando a democracia brasileira com golpes. Agora criou a história de voto impresso para alimentar sua base política, mesmo ele e seus filhos sendo eleitos por essa mesma urna que agora condenam”. Por fim, ele afirma que a queda do presidente abriria espaço para um governo de esquerda. “Derrubar Bolsonaro nas ruas pode garantir a construção de um projeto político de esquerda anticapitalista, feminista, ecossocialista, negro e LGBTQIA+. A esquerda errou no passado ao governar junto com as elites econômicas, por isso o PSOL defenderá um programa político que mude radicalmente o país e que seja fruto da classe trabalhadora e apenas dela, sem alianças com os burgueses e latifundiários”, finalizou.
“As iniciativas contra o desgoverno resultaram em milhares de brasileiros protestando em diversas cidades do país, em atos realizados nos dias 29 de maio, 19 de junho, 3 de julho e 24 de julho. Precisamos combater Jair Bolsonaro que se mostra mais perigoso que o Covid-19”, terminou Valterson.
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