O Brasil celebra, neste mês, a campanha Agosto Dourado, uma ação nacional que tem o objetivo de promover, proteger e apoiar a amamentação. A cor dourada simboliza o padrão ouro de qualidade do leite materno.
Entre as muitas mulheres que vivenciam essa experiência de forma intensa está a nutricionista Paloma Tebar Santos, moradora de Mogi das Cruzes. Ela amamentou a filha Cecília até os 3 anos e 3 meses de idade, superando desafios físicos e emocionais, especialmente durante a pandemia.
Hoje, compartilha sua história como forma de incentivar outras mães.
“Descobri a gestação em janeiro de 2020 e, com dois meses, estourou a pandemia. Não foi uma gestação fácil emocionalmente. Já era nutricionista e tinha conhecimento teórico sobre amamentação, mas nenhum prático, então me aprofundei nos estudos. Meu objetivo sempre foi amamentar em livre demanda até os dois anos”, compartilhou Paloma.
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A vivência foi repleta de desafios logo nos primeiros meses de vida da filha.
“Eu tinha muito, muito leite. Minha filha não dava conta, e eu jogava muito leite fora porque, devido à pandemia, os bancos de leite não estavam aceitando doações. Mesmo ordenhando e amamentando, desenvolvi candidíase mamária. Amamentar era uma dor insuportável, mas procurei ajuda de uma enfermeira e fizemos tratamento com laser, além de adaptar as condutas para lidar com o excesso de leite. Mesmo doendo, e muitas vezes sangrando, nunca deixei de amamentar”, relembrou a nutricionista.
Com o apoio da família, Paloma conseguiu manter o aleitamento mesmo após retornar ao trabalho.
“Ordenhava, e minha mãe oferecia o leite no copinho. Tive o privilégio de contar com uma rede de apoio que respeitou meu desejo. E, depois que os três primeiros meses passaram, foi só alegria (tirando algumas noites sem dormir)”, informou.
A amamentação prolongada de Cecília foi acontecendo de forma tão espontânea que o fim nem foi notado, segundo a nutricionista.
“Ela desmamou naturalmente. Sem pressão, sem traumas. Foi tão natural que quase nem percebemos o fim”, citou.
Paloma, que hoje une seu conhecimento técnico como nutricionista com a experiência de ser mãe, defende com firmeza os benefícios do aleitamento.
“Amamentar é rico em todos os sentidos. O leite materno é fácil de digerir, rico em anticorpos, protege o bebê contra diversas doenças e promove um desenvolvimento saudável. Mas também sei que não é fácil. Sempre aconselho a tentar o máximo que puder, mas que a mãe não se julgue se não conseguir. O bem-estar da mãe também importa”, declarou.
Apesar de ser uma ação natural, amamentar ainda carrega tabus. Ela também comenta o preconceito social enfrentado por mães que amamentam crianças maiores.
“Passei por situações de julgamento, olhares tortos, principalmente com ela mais grandinha. As pessoas acham estranho um bebê de dois anos mamando. Mas eu nunca me importei”, disse.
Por fim, ela deixa um recado para outras mães.
“Amamente! Ou pelo menos tente. Cada gota de leite materno vale ouro! Invista em conhecimento e em ajuda profissional. No auge da minha dificuldade, optei por gastar com uma profissional que resolvesse o problema, e não com latas de leite artificial. E, sobre o tempo, siga o seu ritmo e o do seu bebê, sem julgamentos. A tendência é dar certo, seja por seis meses, dois anos ou mais”, finalizou.