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Tiffany Grey’s, mulher trans de 43 anos, é encontrada morta em Mogi das Cruzes; Polícia Civil investiga o caso

A Polícia Civil investiga a morte de Tiffany Grey’s, mulher trans de 43 anos, encontrada sem vida na noite do último sábado (1º), na avenida Pedro Romero, no bairro do Rodeio, em Mogi das Cruzes. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP/SP), ao portal Hoje Diário, policiais militares foram acionados para atender à ocorrência e, no local, encontraram a vítima caída.
De acordo com a SSP, foi apurado que ela havia passado em uma consulta na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Rodeio e, após ser liberada, sentiu-se mal novamente. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e constatou o óbito ainda no local.

Tiffany era atendida pelo Serviço de Acolhimento Maria Madalena, e seu falecimento gerou comoção entre integrantes da comunidade LGBTQIAPN+ da cidade, na qual era conhecida, principalmente pela história de vida e por estar em situação de “calçada” , como ela mesma descrevia. Em nota de pesar, o Fórum Mogiano LGBT+ manifestou solidariedade e destacou a importância de políticas públicas voltadas à população trans.
“O Fórum Mogiano LGBT+ manifesta seu profundo pesar pelo falecimento de Tiffany, mulher trans atendida pelo Serviço de Acolhimento Maria Madalena, encontrada sem vida neste domingo nas proximidades da UPA do Rodeio, em Mogi das Cruzes”, diz o comunicado.

“Neste momento de dor, expressamos nossa solidariedade às amigas, amigos, à comunidade trans e a todas as pessoas que conviveram e lutaram ao lado de Tiffany. Sua trajetória foi marcada por coragem, dignidade e resistência em meio às dificuldades impostas pela transfobia estrutural.
Tiffany foi encontrada sem vida em frente à Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) e aguarda-se o laudo que indicará a causa da morte.
Reforçamos nosso compromisso em seguir acompanhando o caso com respeito e responsabilidade, para que todas as circunstâncias sejam devidamente esclarecidas. Ao mesmo tempo, reiteramos que é urgente que o município de Mogi das Cruzes desenvolva políticas públicas estruturantes voltadas à promoção da cidadania e ao enfrentamento das desigualdades sociais que impõem vulnerabilidade a travestis e transexuais. Garantir dignidade, acesso e oportunidades é a forma mais concreta de proteger vidas e construir uma cidade mais justa”, conclui o Fórum.

O corpo de Tiffany foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e a causa da morte ainda será determinada pelos exames periciais. A Polícia Civil informou que as investigações seguem em andamento.

Em nota ao Portal Hoje Diário, a Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes declarou:

A Secretaria Municipal de saúde e Bem-Estar informa que neste sábado (01/11), uma mulher em situação de rua foi atendida na UPA Rodeio, unidade gerenciada pela Fundação do ABC (FUABC).

A paciente deu entrada na UPA às 15h57, encaminhada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), após apresentar crise convulsiva. Segundo a equipe do Samu, ela foi encontrada em fase pós-ictal (período após convulsão, caracterizado por confusão, sonolência, dor de cabeça e fadiga), e chegou à unidade com escala de Glasgow 14 (considerada leve), sinais vitais estáveis, sem foco infeccioso e afebril. Ela estava acompanhada do companheiro, que relatou que a mulher faz uso de drogas lícitas e ilícitas, informação que está documentada no prontuário da paciente. 

De acordo com a coordenadora médica da UPA Rodeio, Débora Nogueira Missiato, tratava-se de uma paciente com histórico prévio de epilepsia, sem informações sobre tratamento regular e, durante o atendimento, foram seguidos todos os protocolos clínicos. A paciente recebeu anticonvulsivante (fenitoína), apresentou melhora clínica, manteve-se comunicativa e orientada, alimentou-se e permaneceu em observação por cerca de 2h30.

Ainda segundo a médica, a equipe ofereceu acionamento do acolhimento social da Secretaria de Assistência Social, considerando que a paciente e o companheiro estavam em situação de rua. No entanto, ambos recusaram o encaminhamento, informando que preferiam seguir para Braz Cubas, onde teriam local para ficar. 

Por protocolo, a paciente foi conduzida até a saída em cadeira de rodas, mas deixou a unidade pouco antes das 19h, caminhando e conversando com a equipe, ao lado do companheiro, após alta assinada pelo médico José Augusto Cardoso Filho.

Assim que foi informada sobre o falecimento da mulher, em um ponto de ônibus nas proximidades da unidade, a Secretaria Municipal de saúde e Bem-Estar solicitou imediatamente à Fundação do ABC informações detalhadas sobre o atendimento e acompanha o caso junto à equipe responsável.

Segundo o Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Militar, a hora de fato da ocorrência seria às 20h21. O caso foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para investigação e esclarecimento de todos os fatos clínicos. “Toda a equipe da UPA Rodeio atuou dentro dos protocolos técnicos e médicos preconizados. A Secretaria de Saúde está acompanhando o caso de perto”, informou o secretário adjunto de Saúde, Dr. Luiz Henrique Bot.