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“Cuidado com o ‘Golpe do Amor’”, por Delegado Eliardo Jordão

Estamos na semana do Dia dos Namorados, celebrado na última segunda-feira (12), e o desejo por encontrar uma pessoa especial está mais aceso do que nunca. Porém, pessoas mal intencionadas estão sempre prontas para tirar vantagem. Desta vez, o crime é o chamado “Golpe do Amor”. Mas você sabe o que é isso?

Pois bem, um homem ou mulher se aproxima de uma pessoa demonstrando interesse romântico. À medida em que um “relacionamento” é construído, com demonstrações de afeto e outros envolvimentos emocionais, começam os pedidos de operações financeiras, como empréstimos e negociações via Pix que nunca são pagos, até que o golpista desaparece.

A prática sempre existiu, mas vem ganhando certa popularidade nos últimos tempos por conta da pandemia de Covid-19 e pelo crescente uso de aplicativos de namoro virtual, como o Bumble, o Happn e o famoso Tinder, que inclusive é retratado no documentário “Golpista do Tinder” (2022), disponível na Netflix.

Vale citar que a prática não é nova, mas sim, diferente. Isso porque o golpe é basicamente uma versão “atualizada” do estelionato, ou seja, quando um indivíduo se passa por outra pessoa com o intuito de enganar um terceiro a fim de obter vantagens. Isso inclui compra de mercadorias, fraudes fiscais ou empréstimos e transações financeiras.

A duração do relacionamento varia de acordo com uma combinação de fatores, que envolve a renda que a vítima possui, o poder de influência que o(a) golpista exerce e o período de convencimento entre o primeiro contato e a primeira operação financeira. Como constatado em diversos boletins de ocorrência e outras denúncias, isso pode levar de um mês a um ano ou mais, pois tudo depende da ‘lábia’, da astúcia e da confiança que o farsante impera.

Diante desse tipo de situação, não hesite. Registre um boletim de ocorrência reunindo o máximo de provas possíveis, como capturas de telas de conversas (“prints”), extratos bancários e outros documentos para provar que você acreditava estar em uma relação que, na verdade, era inexistente. Não se sinta envergonhada(o) pela situação, pois expor um caso dessa natureza pode ajudar a punir o criminoso e evitar que mais pessoas passem pelo mesmo que você.

É importante destacar que, por mais que exista um senso de proximidade com a pessoa querida, mantenha a atenção e desconfie desse tipo de comportamento, principalmente se a relação for exclusiva ou majoritariamente virtual. Evite passar muitas informações sobre você, sobre seus amigos e familiares e, ao verificar sinais suspeitos, como ausência do seu interesse amoroso em outras redes sociais ou restrições incomuns durante as conversas, busque suspender o contato e mantenha-se atento.

O combate a esse tipo de crime está sendo intensificado em todo o País, então fique esperto para não acabar sendo vítima de um golpe emocional e financeiro.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)