Ariane Polizel é professora e atua na Escola Municipal Damásio Ferreira dos Santos, em Suzano. Atuando há cerca de 14 anos na rede municipal de ensino, a educadora foi destaque no desfile das campeãs do Carnaval de São Paulo 2024 como intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) representando o samba-enredo “Brasiléia Desvairada: A busca de Mário de Andrade por um país”, da escola campeã do Grupo Especial, Mocidade Alegre, no sábado de Carnaval, 10 de fevereiro.
Professora na rede municipal de ensino da cidade de Suzano em atendimento a pessoas surdas, Ariane desfilou pelo Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, ao lado do carro de som com os cantores da escola do bairro do Limão, localizado na mesma cidade, promovendo mais visibilidade e acessibilidade através da língua de sinais disponível ao público presente no local.
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Proporcionando a acessibilidade do repertório da escola vencedora do Carnaval de São Paulo de 2024, Ariane pôde transmitir democraticamente a mensagem diretamente aos presentes. Segundo a educadora, a decisão de inserir a linguagem de sinais foi um passo importante, pois transmite a linguagem como necessidade para se olhar para essas pessoas.
“A gente sempre tem a projeção do samba-enredo por meio do projeto ‘Samba com as mãos’ para que o surdo possa ter acesso, mas este ano as escolas permitiram que a Libras entrasse também. Acho que a tendência agora é melhorar ainda mais para que elas tenham conhecimento de todo o desfile”, ressalta Ariane.
Por meio de um cenário atípico de movimento ao longo do desfile, incluindo versos musicais com muitas metáforas, a professora precisou se sobressair com o intuito de transmitir a mensagem no repertório da forma mais clara e objetiva aos visitantes. Diante disso, Ariane participou de um estudo antes do desfile.
Os cantores, em parceria com os compositores do samba-enredo, buscaram as melhores escolhas nas traduções entre as línguas.
Em um cenário atípico de movimento durante o desfile e com uma letra recheada de metáforas, Ariane teve que se sobressair para passar a mensagem de forma clara e objetiva ao público.
“Tivemos um momento de estudo antes do desfile. Os cantores também tiveram conversas com os compositores, buscando as melhores escolhas na tradução entre as línguas”, disse.
“Quando se pega a letra do samba, há várias informações em forma de poesia e precisamos entender qual o significado delas. A língua de sinais é muito objetiva, se há uma metáfora, o surdo precisa entender o significado da mensagem”, finalizou.
Desde 2010, atuando na rede municipal de ensino de Suzano, Ariane trabalha com 15 estudantes de diversas idades, desde as que integram o G4 até o 5° ano do ensino fundamental, através do Atendimento Educacional Especializado (AEE).