Boatos de uma invasão ao Residencial Suzano II, localizado na estrada Takashi Kobata, no bairro Jardim Europa, em Suzano, amedronta pessoas que estão próximas de receber as chaves de seus tão esperados apartamentos.
Segundo os futuros habitantes do condomínio, um grupo de pessoas da cidade de Mauá estariam se organizando para invadir o local, gerando uma sensação de insegurança e incerteza em quem aguarda para receber os imóveis desde 2020.
As ameaças começaram na terça-feira (13) e se referiam a uma invasão no Bloco A, espaço que já conta com 300 apartamentos prontos.
Em novembro de 2022, os apartamentos foram vistoriados pela Prefeitura de Suzano e moradores, era esperado que até o final de dezembro já estivesse pronto para morar.
A previsão depois foi mudada para 2023, em razão dos trâmites burocráticos ainda necessários, como a assinatura de contratos junto ao Banco do Brasil, para que só assim seja realizada a entrega das chaves.
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Segundo Renata Ferreira dos Santos, uma das mulheres que será contemplada com um dos apartamentos do Residencial, a ansiedade pela casa própria virou temor após o surgimento dos boatos.
Os moradores possuem um grupo no aplicativo WhatsApp, onde receberam um áudio que dizia que um grupo de pessoas de Mauá supostamente viria em direção a Suzano e invadiria áreas da cidade, com foco no Residencial Suzano II, já capaz de alocar muitas pessoas.
O temor é justificado porque em dezembro de 2020, o empreendimento já havia sido invadido por grupos de moradores de rua. Na época, as obras estavam paradas e havia grande falta de segurança no local. Como consequência, grande parte da instalação elétrica das residências foi furtada.
Erica, também uma das pessoas contempladas, disse os boatos de que esse grupo vindo de fora estaria indo em direção aos apartamentos deixou os moradores apreensivos.
“Já houve outras tentativas de invasão lá, teve o furto no outro ano. Com tudo isso, ficamos apreensivos”, contou.
Renata concordou e disse que o maior temor é porque os apartamentos já foram invadidos antes.
“Tivemos que esperar um ano para ficar pronto novamente. São vidas, famílias, crianças, idosos que moram em situação de risco. Se invadirem novamente não iremos ver esses apartamentos tão cedo”, protestou.
Outra moradora disse o grupo que ameaça invadir já estava planejando a ação há dois meses.
“Essa história toda começou há alguns meses e estamos na luta para ter o nosso cantinho”, falou.
Gilmar Gonçalves, síndico do empreendimento, disse que chega o fato do condomínio estar vazio e ter apenas alguns seguranças no local gera uma certa apreensão.
“Nosso condomínio já está com luz com água e foi feito uma vistoria no dia 18 e 19 de novembro juntamente com os contemplados. Mas ainda precisa esperar o cartório liberar a documentação, mas esse papel não sai e ninguém tem informação quando esse papel vai sair”, afirma.
Ele diz que os boatos já correm há mais tempo, há algumas semanas. Segundo Gonçalves, ninguém sabe ao certo quem é o responsável pela invasão, mas que mesmo assim, ele notificou a Prefeitura, o Banco do Brasil e a equipe de segurança responsável pelo Residencial Suzano II, mas apesar disso tudo, ele diz que ainda muitos ali ficam com medo do que pode acontecer.
“Não podemos duvidar de uma possível invasão, porque sabemos que alguém pode fazer isso. Por isso ficamos todos em pânico e muito temerosos”, completou.
“O que o pessoal mais quer nessa história é uma resposta concreta. Todos querem se mudar porque não aguenta mais ficar sem sua casa própria. Todos pensavam que iriam estar dentro dos seus apartamentos e iriam passar o Natal com suas famílias dentro de suas casas, mas a cada dia que passa esse sonho vai ficando mais distante. Isso é triste demais”, finalizou.
Posicionamento da Prefeitura de Suzano
Renata tentou contato com prefeito Rodrigo Ashiuchi pelo Facebook e a resposta que obteve era de que a demanda não era mais responsabilidade da Prefeitura de Suzano, mas que estava totalmente nas mãos do Cartório e da geração dos contratos por parte do Banco do Brasil.
O portal HojeDiario.com entrou em contato com a Prefeitura para esclarecer as medidas que a administração pública poderia tomar. A administração municipal ressaltou que a obra é responsabilidade da empresa contratada pelo órgão financiador do programa federal Minha Casa, Minha Vida e a segurança do local está prevista no contrato da construtora.
“Dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, a prefeitura é responsável pela indicação das famílias, uma das primeiras etapas previstas. As demais fases são atribuições do órgão financiador. No entanto, o atual governo municipal sempre prezou pela garantia de direitos das famílias beneficiadas, se empenhando em concluir todo o processo da forma mais ágil possível”, disse em nota.
A Prefeitura de Suzano também disse que não obteve nenhuma notificação oficial a respeito das ameaças de invasão ao Residencial Suzano II e destacou novamente que a responsabilidade da segurança da obra é da construtora e do órgão financiador.
A administração ainda disse que as próximas etapas não estão sob controle da Prefeitura Municipal, mas que, na medida do possível, tem agido para entregar logo as moradias para os munícipes.
“Nos dias 18 e 19 de novembro, a Prefeitura de Suzano e Banco do Brasil realizaram a etapa de vistoria dos apartamentos do empreendimento Residencial Suzano II com as famílias contempladas. Neste momento, o município aguarda as próximas etapas: emissão das matrículas individualizadas pelo Cartório de Registro de Imóveis; elaboração dos contratos pela instituição financeira; assinatura dos contratos; e autorização e entrega das unidades pelo Banco do Brasil e pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. Cabe salientar que essas fases não estão sob controle da Prefeitura de Suzano. Ainda assim, a administração municipal tem trabalhado arduamente para garantir a entrega das unidades às famílias contempladas o quanto antes”, finalizou
Posicionamento Banco do Brasil
O HojeDiario.com também entrou em contato com o Banco do Brasil para esclarecer quais eram as razões para a demora na entrega dos contratos.
Em nota, o Banco do Brasil, na qualidade de Agente Financeiro do Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU), informou que cumpre todas as suas obrigações legais e contratuais, e que realiza esforços para a entrega das obras aos futuros beneficiários em conformidade com as exigências previstas na Lei 11.977/2019, bem como nos respectivos normativos relacionados ao programa.
Também disse que todas as tratativas para entrega da obra vêm sendo discutidas em reuniões periódicas, entre Banco do Brasil, Prefeitura e a Construtora responsável pelo empreendimento.
O drama do Residencial Suzano II
O drama do Residencial Suzano II se estende desde 2017. Na época, os 600 apartamentos foram sorteados para as famílias que os receberiam através do programa Minha Casa, Minha Vida.
Porém, a partir de 2020, ano da pandemia, uma série de problemas começou a surgir que impediu que os suzanenses contemplados recebessem suas casas. Em meados de fevereiro de 2021, alguns meses após o condomínio ter parte de sua fiação furtada, o HojeDiario.com fez uma matéria contando sobre as dificuldades para a finalização do projeto.
A empresa Qualyfast, responsável da época, alegou insuficiência de recursos e não conseguiu terminar a construção. Pelo abandono da obra e a segurança escassa, invasões ocorreram no local, além de diversos equipamentos da parte elétricas roubados. O Banco do Brasil liberou recursos que, ao invés de serem usados para dar continuidade às obras, foram usados pela empresa de construção para quitar seus débitos.
Em março de 2022, a Prefeitura de Suzano conquistou a retomada da construção do Residencial Suzano II, por meio de diálogo com os governos estadual e federal. Ao todo, R$ 18 milhões foram liberados para conclusão do empreendimento. A seleção de uma nova empresa foi necessária após a anterior abandonar a obra, que estava 90% finalizada.
Em novembro, foi realizada a vistoria dos apartamentos pelo prefeito Rodrigo Ashiuchi como também pelos moradores do Bloco A, que seria o primeiro espaço liberado, permitindo que já 300 famílias se mudassem.
(por Leonardo Lima, Estagiário em Jornalismo, sob supervisão do editor)
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